Esta imagem fez-me chorar e fez o meu coração acelerar pela segunda vez durante o dia. Este livro é meu. E só isso para mim já é motivo de muito orgulho. Agora imaginem a sensação que é ver o Senhor Zé concentrado a lê-lo.
Trabalhar no que se gosta, não é trabalho. É uma segunda pele, uma segunda casa, um segundo nós que se estende e nos confunde, tal é a mistura, do que já somos com o que pretendemos ser. E que bem me sabe esta extensão de mim mesma numa procura sem fim de mais conhecimento.
Tento viver os meus dias de forma sentida e com todos os sentidos, no misto de novidade e oportunidade que são. Acredito que se nos permitirmos podemos sempre aprender e ser mais e melhor em tudo e com todos os que dos nossos dias fazem parte.
Assim sou eu.
E graças a isso, ontem foi dos dias mais felizes da minha vida.
Acreditem que já não sentia bater o meu coração tão depressa há muito.
Ontem entre muitas coisas boas que foram acontecendo ao longo do dia fui presenteada com esta imagem.
E, esta imagem diz-nos tanto!
Enquanto nos aproximávamos e a Catarina ia tirando fotos, eu olhava incrédula, sem acreditar no que os meus olhos viam.
Esta imagem fez-me chorar e fez o meu coração acelerar pela segunda vez durante o dia.
Este livro é meu. E só isso para mim já é motivo de muito orgulho.
Agora imaginem a sensação que é ver o Senhor Zé concentrado a lê-lo.
Quando mo comprou, disse que não o ia fazer. Só o queria porque tinha lá o meu nome na primeira página e isso para ele bastava.
Mentiu.
E esta é daquelas mentiras que nos prova mais uma vez, que nem todo o não é um não a sério.
Um homem que não toma banho, um homem que não quer levar a vacina – porque prefere o bagaço – um homem que não quer nada com regras e que o máximo que leu, até ter este livro, foram as promoções do supermercado, porque o resto o aborrecia.
Ontem foi apanhado a ler.
Só isso já me deixou de queixo caído, agora imaginem como me senti quando marcou a página 73 e resumiu a leitura que fez, detalhadamente, à Catarina.
Neste momento já não interessa quem o escreveu. o seu foco é a história do livro. A sua preocupação é o que vai acontecer a seguir e esta é a melhor publicidade que posso ter, nas duas peles que visto e defendo todos os dias.
Sim, falo de trabalho. Um trabalho ao qual me dedico todos os dias sem horários.
Sim, fico com o coração aos pinotes porque vivo com amor o que faço.
Ontem foi especial. E sabem o que vos digo? Sei que o mereço. Muitos de vós ao lerem isto vão pensar que eu devia manter-me tranquila e celebrar estas pequenas vitórias com os pés no chão e em silencio. Mas que piada tem se assim for? Devemos partilhar momentos felizes. Momentos que nos permitam ter fé nos dias, nas pessoas e na vida. Coisas boas têm de ser partilhadas. E eu deito os foguetes e apanho as canas, por mim, por quem está do meu lado neste percurso e até por vocês que nos seguem. Nestas horas percebo que, por muito que os anos me domestiquem como diz o Senhor Zé, vou viver sempre estas pequenas coisas aos pinotes.
Não sei celebrar de forma tranquila.
Estas pequenas coisas, para mim são gigantes.
Agora digam-me lá se não é motivo para estar orgulhosa, grata e feliz?
Digam-me lá se não tenho razão quando defendo que o tempo e o afeto fazem milagres?
Digam-me lá que não vale a pena a persistência na individualidade do ser humano, quando envelhece?
Oh se é!
Oh se tenho!
Oh se vale!
Assim se constroem histórias e Rugas de Sorrisos.
Helena Saraiva
Associação de Apoio Social
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