A 13 de dezembro um dos nossos maravilhosos sorrisos, escreveu sobre a reportagem que a TVI nos fez.

– Cortaram quase tudo o que eu disse! – Diz-me ele a tentar disfarçar a tristeza.

E eu tento explicar que é normal e que aconteceu o mesmo a todos os que falámos, mas não se dá por convencido.

– Queria que soubessem o bem que nos fazem… – Continua ele a tentar justificar-se.

É um homem bem-disposto, de bem com a vida e com muito orgulho no seu percurso de vida também.

Tem razões para isso. Para compensar os tais cortes, que se não fossem feitos não havia programa que chegasse para nós, não gostássemos nós todos de falar muito, pedi-lhe para escrever o que queria tanto que eu ouvisse e não passou. E ainda bem que o fiz. Aqui fica um testemunho que vale a pena ser partilhado e que nos enche o coração:

“A minha apresentação

Chamo-me Horácio F. Domingos, residente na cidade da Guarda. Tenho 88 anos, que faço se Deus quiser a 21 de janeiro. Sou casado há 65 anos com a minha querida esposa, que tem a linda idade de 93 anos.

Connosco vive a minha cunhada, que é uma irmã de raras qualidades.

Somos uma família feliz! Um lar onde a felicidade e a harmonia não falta.

Deus concedeu-me umas filhas que são uns verdadeiros amores, a quem adoramos e por quem somos muito estimados. Temos três netos e já temos três bisnetos, que vêm completar a nossa felicidade.

Temos grandes desejos de os acompanhar e ver crescer.

Com esta idade que temos, as nossas filhas viram que nos faltava algo que nos ajudasse a passar o tempo.

Conseguiram através da Associação Rugas de Sorrisos, que veio completar com tempo e afeto a  felicidade que nos restava conquistar. A sua fundadora, na pessoa da Senhora Helena e dos seus colaboradores, são maravilhosos, carinhosos e simpáticos. Parecem ser pessoas perdidas da nossa família e que reencontrámos. Juntos somos uma família feliz e eu sinto-me cada vez com mais energia!

Muito Obrigado à Rugas de Sorrisos!”

Um testemunho que reflete uma casa cheia de afeto.

Um testemunho que é a prova que cuidar nunca é demais e onde já somos recebidos como sendo parte, mais do que da casa, dos corações de cada um deles.

Obrigada Senhor Horácio pela partilha da entrevista que não foi possível passar na reportagem e que nos serve de inspiração e de guia.

Helena Saraiva