Rugas de Sorrisos

Uma bagagem de histórias e memórias

Amor! O Arco-Íris do Luto

Cuidar de quem cuida e/ou cuidou... Estar, Escutar e Ser Presença. Com Afeto e Tempo. Tão simples e com um serviço adaptado e uma equipa multidisciplinar: A nossa!

Na passada sexta feira tive o privilégio de fazer parte de um webinar em que foi debatido um tema que me diz tanto, a mim e a todos os que estiveram presentes.

O tempo passou a voar e percebi o que a Alexandra queria dizer com a frase “Vocês falam todos muito”, no fim.

Quando gostamos do que fazemos parece que o tempo nunca chega e fica sempre muito por dizer.

Falar dos vários processos de luto que acompanho no Rugas de Sorrisos e que eu própria vou fazendo, permite-me viver e defender melhor tudo aquilo a que me dedico.

Também no luto cada pessoa é única.

E o luto não é só de morte. Pode ser um aborto, um divórcio, um amigo que se perde, mudança de trabalho, de zona geográfica e tudo o que isso implica… doenças mentais que nos roubam a identidade ou acidentes que nos limitam a nós ou aos nossos. Não, o luto não é só de morte!

Fazemos luto de sonhos, coisas e pessoas e cada um de nós tem o seu tempo e a sua maneira de o fazer. Todas são válidas.

É tão fácil cairmos no erro de dizer ao outro o que deve fazer e como. É tão fácil estabelecer um prazo limite na dor que não sentimos. É tão fácil dizer que se precisar de alguma coisa estamos lá, ou pior do que isso lembrar que não é o/a único/a a passar por aquilo.

Sim é muito fácil pedirmos aos outros para não irem abaixo, serem fortes e aceitarem porque foi o que Deus quis…!

Mas se quisermos também é fácil não julgar e escutar

Se quisermos também conseguimos respeitar os silêncios, preparar homenagens simples, relembrar os bons momentos com a pessoa que se perdeu

Se quisermos conseguimos ter disponibilidade em TEMPO e AFETO

Se quisermos somos presença e aceitamos as reações emocionais e o choro do outro.

No Rugas de Sorrisos todos têm uma bagagem de memórias e histórias de lutos mal digeridos,

porque não tiveram tempo de o fazer e agora que o têm não sabem como.

Pensam que têm obrigação de fazer o luto em X tempo, seja do que for e acreditam que aquelas frases feitas e utilizadas constantemente, são as ideais e bastam. Não têm de bastar.

Tem direito a chorar, a rir, a dançar, a viajar e/ou todas as coisas que o/a fazem sentir melhor.

O amor não morre e enquanto prestamos homenagem podemos fazê-lo com vida, utilizando para isso as cores que nos fizerem mais sentido naquele momento.

Para o seu luto, a escolha é sua, sempre!

Todos podemos ser Rugas de Sorrisos. Todos podemos ser escuta e presença.

Muita saúde!

 

Helena Saraiva