O Senhor A

Cumpriu a promessa que me fez e ontem fomos apanhar a tal vitamina D. Um passeio de uma hora em que reinou a boa disposição e a energia positiva deste grande senhor.

Não tenho palavras para descrever a evolução que vejo. Coisas pequeninas que são tão grandes. O sorriso cada vez maior, as conversas cada vez mais descontraídas e o entusiasmo que já não falta seja qual for o desafio.

Ainda tivemos tempo para discutir as notícias sobre o Marega, o racismo, a falta de civismo e o vírus da mente que nos transforma do dia para a noite.

“No meu tempo não era assim…” Disse-me ele a abanar a cabeça e deixa-se sorrir. E eu acho que o tempo é mais dele e dos do tempo dele que nosso. O facto de os deixarmos pensar assim demonstra a falta de respeito que temos pelos tempos que passam por e para todos.

Faz-me pensar que é uma frase que eu gostaria de mudar…era sinal que seriamos melhores uns para os outros e uns com os outros.

Depois de percebermos que era um debate perdido e que nos deixava aos dois pensativos demais com assuntos em que pouco ou nada podemos interferir, o Sr. A mostrou-me alguns dos trabalhos manuais que fez e não resisto em partilhá-los aqui. E na hora da despedida, quando eu disse que quinta-feira se não desse para sair íamos fazer mais jogos (exercícios cognitivos), a resposta deixou-me sem palavras… O Sr. A disse que se quisesse podia ser já e sorriu com aquela energia boa que já o carateriza.

Obrigada por esta aprendizagem diária. Por ser a prova que quando as pernas deixam de funcionar, se tivermos força de vontade criamos asas. E as suas asas ainda transportam pessoas que como eu, tentam crescer.