Rugas de Sorrisos

De Mãos Dadas... sempre!

Mais uma estrelinha a brilhar para nós

A terra perdeu e o céu ganhou…
Para haver vencedores, tem de alguém perder. 
Perdemos nós! Perderam todos os que a conheciam e por quem ela rezava… perdemos todos os que ela conhecia e com quem se preocupava…
Perdemos todos uma senhora daquelas a sério…
Daquelas que fazem sentido e nos fazem sentir…
Daquelas que não aceitam menos que tudo e vêm com tudo também.
Um sorriso, um aperto de mão, um abraço e de vez em quando uma gargalhada diziam mais do que muitos discursos preparados… tão autentica e genuína!
Hoje o Rugas de Sorrisos perdeu o rosto que lhe deu vida…
Perdemos a senhora que esteve 5 anos e que com a sua fé foi a nossa coragem.
Nunca abdicou das suas caminhadas.
Dizia “Bom dia”, mesmo que não obtivesse resposta…
E quando às vezes lhe perguntava, “Porque diz bom dia se não lhe respondem?”
Ela respondia-me “O rei está na barriga deles não na minha! Eu faço a minha parte…” E sorria, deixando-me sem palavras.
Quando caminhávamos gostava de combinar a roupa, ir à cabeleireira, à podologista e à farmácia medir o colesterol.
Rezava 1 a 2 terços por dia e pedia por toda a gente.
E também aí, quando na brincadeira eu dizia:
“Há muita gente que não merece” ela respondia-me “ São esses que precisam mais” e apertava-me a mão.
Gostava de ver futebol e era benfiquista ferrenha. Sabia melhor do que eu os nomes dos jogadores (e tinha orgulho nisso).
Gostava de comer a horas.
Gostava de uma boa conversa e falava com este e aquele na rua, só porque sim. Para ela falar era importante e isso bastava-lhe.
Tinha sempre assunto e já não abdicava de uma visita à Aurora e à Luísa.
A D. Albertina olhava para trás com nostalgia e saudade.
Queria voltar a ter a mesma agilidade que em tempos e dizia-o a sorrir de olhar distante. Viu a filha partir e dizia que tinha ido na hora que devia ser dela e lhe doía todos os dias.
E quem a conheceu sabia que doía.
Quanto à hora… como poderia ser dela, se ainda hoje é a prova do que é viver!
Apesar de todas as dores e perda que trazia consigo, a D. Albertina sorria com o coração e abraçava com o olhar.
Hoje continua a ser bondade, simplicidade, força, persistência e é também o melhor exemplo que posso dar de que a vida por muito que nos vire das avessas devemos sempre suavizar e acreditar.
Durante mais de um mês a sua caminhada foi numa cama de hospital e até aí, numa situação delicada conseguiu ser inspiração.
Até debilitada continuou a mostrar a sua fibra e a apertar-me a mão.
Entrou nos 91 recentemente e foi com os 91 que nos deixou.
Esta senhora sim, podemos dizer que é Guerreira! Agarrou-se a  cada dia que passou e demonstrou-nos que estão cheio de oportunidades.
Que mulher esta…!
Mais Albertina’s por favor
Autênticas lições de amor e vida ❤