Poucos dias passaram desde que virámos a página, estreámos uma nova agenda, um novo calendário e uma nova contagem…

Mais um ano e com ele novas possibilidades se oferecem a nós de sermos e fazermos melhor.

Mais um ano e com ele aquela oportunidade de fazer novas escolhas, abraçar novos sonhos, novos desafios e enveredar por outros caminhos…

E, este ano  abre também um novo ciclo, que começa para muitos de nós com as doze passas e os desejos a acompanhar!

Os desejos que vamos camuflando, esquecendo e deixando passar à medida que nos distanciamos do momento em que os fizemos até os voltarmos a relembrar quando os reformulamos… um ano depois…

Para 2020 o meu maior desejo é que seja muito mais do que “vira o disco e toca o mesmo!”

Como mentora do Rugas de Sorrisos este ano foi uma lição e quero acreditar que me tornei uma pessoa melhor com ela.

Perdi pessoas especiais, que me permitiram (cada uma à sua maneira) chegar aqui. Uma delas foi o rosto do Rugas de Sorrisos durante cinco anos e foi também muitas das vezes a coragem, persistência e motivação que me faltou…

E tive de abrandar… e abrandar não é mau de todo…

Às vezes ajuda a ver e perceber coisas que a um ritmo normal não conseguimos… ver o que faz sentido e o que nunca o teve!

Abrandar também (me) permitiu conhecer pessoas maravilhosas da rádio e da televisão, assim como, da área social e de empreendedorismo.

Acredito que 2020 será um ano pleno de sorrisos e afetos! Acredito com muita fé que será o ano da camisola que represento e que já fez bem ao coração de muita gente… se assim for, atrevo-me a dizer que será o meu ano também.

Tenho comigo as pessoas certas que serão a dose que preciso para o que acabo de dizer e foram também essas pessoas que me permitiram aguentar o ano que passou de sorriso no rosto, consciência tranquila e esperança na diferença que continuamos a tentar fazer.

Reforço o continuamos a tentar, porque ainda não reunimos as condições financeiras e humanas que gostaríamos para mostrar quem somos, o que pretendemos e o impacto que podemos causar, mas também acredito que nunca estivemos tão próximos.

Porque menos é mais e quando as coisas em que acreditamos têm valor, não precisamos muito mais…

A prova é o Sr. Zé…

A quem no natal de 2019 oferecemos um telemóvel mas só hoje, depois de muitas tentativas conseguiu atender e falar, sem rejeitar e sem a desculpa de não ouvir. Ainda olha para ele assustado, com medo de estragar, de acender a luz, de fazer números…

Ainda é estranho e será, mas faz o que lhe digo ansioso e impaciente e repete várias vezes, para se certificar que funciona mesmo! Se calhar segunda-feira quando chegar, vai perguntar outra vez como é, mas hoje, este bocadinho que estive numa ponta da casa e ele na outra a falar através do telemóvel foi uma pequena vitória para os dois que já ninguém nos tira e  que nos prova a todos que não devemos desistir das coisas em que acreditamos. E, se não devemos desistir das coisas muito menos devemos desistir das pessoas, nem da história que está por detrás e a identifica. Não somos todos iguais e enquanto não respeitarmos a diferença e trabalharmos para ela, nenhuma mudança de ano será suficiente.

Quero acreditar que este ano será suficiente para nós e que se assim for conseguiremos resgatar sorrisos e dar-vos a conhecer mais rostos em que cada ruga representa uma história… e que seja de história para todos, porque a mudança começa em cada um de nós e se continuarmos a dar as boas vindas ao novo ano, como fazemos neste momento, a diferença que criarmos para eles, será a nossa!

Que em 2020 não vos falte açúcar no coração nem motivos para sorrir… sejam felizes!

Helena Saraiva