Cuidar de quem cuida e/ou cuidou... aqui está uma frase dos nossos dias que define tão bem o nosso objetivo, que é, melhorar a qualidade de vida da pessoa idosa, que está em situação de vulnerabilidade e dos cuidadores informais que mais do que nunca estão sobrecarregados a cuidar de quem amam, ficando sem tempo para eles.
É cada vez mais importante aprender a respirar e a ouvir a voz do seu corpo. Porque ele também fala.
Ouço esta frase com alguma frequência nos últimos tempos e faz-me sentido. Talvez por isso, hoje a partilhe aqui.
Porque é importante que aqueles que cuidam, de forma formal ou informal, tenham tempo para si, criem rotinas e não abram mão delas.
“É tão fácil sermos “engolidos” pela azafama de fazer sem parar, porque tem de ser, porque estão à espera que assim seja e porque até achamos injusto e incorreto se assim não for.” Uma frase que ouvi de alguém que se esquece de si para cuidar de outra pessoa. De uma pessoa que ama, mas que a leva à exaustão. E esta frase é seguramente a frase de muita gente que cuida…
“Vai piorar…” disse a mesma pessoa terminando a conversa de olhar vago e continuando o seu caminho e eu vejo-a ir não sabendo o que dizer, porque penso o mesmo.
Estamos novamente a viver tempos difíceis, de limitações, ajustes e reajustes.
Estamos novamente a abrandar o ritmo, assustados.
No inicio quando fomos obrigados a parar, pessoalmente, tive esperança que o resultado fosse positivo, nos transformasse em pessoas melhores, com mais obrigações e menos direitos, mais uns com os outros e não uns contra os outros, mas 2020 está quase na reta final e vejo tudo, menos o que gostava de ver… a tal união, o tal afeto que faz milagres e faz falta, a tal compaixão e compreensão… 2020 tem sido um pouco de tudo em doses desmedidas.
Para nós, Rugas de Sorrisos, como referimos em textos anteriores, foi composto por muito, apesar de ainda não saber a nada. E sabem porquê? Porque o mais importante, não é valorizado. O estarmos aqui, respirarmos, termos a possibilidade de ainda respirar, não nos parece suficiente, ainda.
O vírus deu-nos tréguas no verão, porque até dava jeito que assim fosse e, de repente o verão foi embora e como já se previa o vírus regressou…
As previsões são tão assertivas para algumas coisas.
Hoje com este texto não espero o milagre de paz e amor. Seria bom demais e lamechas também.
Mas não seria eu, se depois de um dia em que vi e ouvi coisas com as quais não me identifico, ficasse em silêncio.
Vim aqui lançar um desafio (a quem ler e entender este texto).
Gostava que todos pensassem em como gostariam de envelhecer!
Gostava que todos se levassem mais a sério, porque se assim for acredito que vão fazer o mesmo com os outros.
Nós Somos um serviço de tempo e afeto!
E para nós…
Nunca um abraço, um beijo e um sorriso fez tanto sentido e falta.
Nunca um Rugas de Sorrisos foi tão importante como agora.
Nunca o respeitar a individualidade, a história, o tempo de cada um foi tão urgente.
Nunca a substituição de um número de estatística, por um rosto foi tão necessário.
Porque SER e ESTAR é um direito de todos e devia ser com qualidade e dignidade para todos também.
PS: Ainda não perdi a esperança que 2020 nos deixe melhor(es)
Muitas Rugas de Sorrisos para todos e saúde sempre!
Helena Saraiva
Associação de Apoio Social
Tlm: 926 625 915 (Chamada para a rede móvel nacional)
Email: info@rugasdesorrisos.pt
NIF: 514558172